segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
interno
luzes no escuro lá fora. Se eu pudesse tocá-las, sentir elas, consumir, pra que elas vejam tudo o que acontece aqui dentro deste cômodo estreito, cheio de negações. Elas ficam me chamando para ir até elas, para que eu as toque, sinta elas, as consuma. murmuram desesperadamente "venha menina, deixe de besteira, saia daí". Eu preciso que elas entrem, eu preciso que elas vejam as belas coisas que podem ser vistas, e também, é claro, a quantidade de carniça que é possível vivenciar aqui. E quando o belo e a carniça já não completam as coisas como pareciam completar antes. Negação. O que é esse lugar afinal, por que quero tanto que as pessoas entrem?
Quero tanto aquelas luzes, ser parte das luzes, brilhar como elas. A porta desse lugar está trancada. Meu desespero aumenta a cada ano, até quando tenho que aturar meu desespero sem conseguir destruir essa porta? não quero que as pessoas entrem mais. quero sair daqui. Brilhando elas continuam sorrindo, como se a vida ali de fato tivesse graça. E se tem? Eu preciso tentar, sair,. tem uma luz que chega perto de mim, esquenta meu peito como fogo em brasa, paixão. borboletas? no cômodo não existe isso. As pálpebras começam a cair, o batimento fica fraco, frio, drogas, sono. amanhã é outro dia. Acaba por aqui.
entre ou derrube a porta para que eu saia. por favor.
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