bloqueio

Alguma coisa bloqueou em mim, nao escrevo como antes...
Será que enfim parei de sentir aquela dor amargurada que me fazia escrever?

A dor, eu posso ter uma certa certeza que tenha ido embora... Estou leve como nunca estive, mas estar leve é estar oca, vazia de sentimentos, desejos, ambições. Por mais que isso não me faça morrer por dentro como antes me pergunto diariamente o porquê de querer seguir em frente.

Dessa vez as pessoas não fazer diferença nenhuma nisso, é algo novo pra mim, lidar comigo mesma sem influencia de outros.
Me sinto uma mera menininha tonga tentando colocar em palavras tudo o que se passa na minha cabeça, mas é como se minha cabeça nao existisse mais. É como se ela tivesse se transformado de ultra-romantica para modernista/realista.

Entre fazer alguma coisa, eu prefiro ficar parada, em todas as situações, as vezes penso de pessoas 'você poderia estar mais perto de mim' mas eu, agora, fico parada, observando. Prefiro ficar longe do que ficar perto, porque finalmente o vazio não me afeta mais quanto me afetava antes.

Eu já não daria minha alma por pessoas, nem que minha alma tenha que permanecer assim por um tempo. Prazeres mundanos, nada tão intenso que me faça 'amar', e se doar, e fisgadinhas no estomago. Querer bem pra alguém não vale de nada, só faz doer.

Esses prazeres mundanos, alma fria, alma vazia, nao te faz ir as nuvens, mas sim, te faz permanecer com os pés no chão. O chão que eu quis eu tenho, e não a nada que eu ame mais do que ele.


"... O cansaço de pensar, indo até ao fundo de existir,
Faz-me velho desde antes de ontem com um frio até no corpo.

O que é feito dos propósitos perdidos, e dos sonhos impossíveis?
E por que é que há propósitos mortos e sonhos sem razão?
Nos dias de chuva lenta, contínua, monótona, uma,
Custa-me levantar-me da cadeira onde não dei por me ter sentado,
E o universo é absolutamente oco em torno de mim.

O tédio que chega a constituir nossos ossos encharcou-me o ser,
E a memória de qualquer coisa de que me não lembro esfria-me a alma..."

Alvaro de campos

.carta

A solidão tem um gosto amargo, eu perdi a noção de como escrever, parece que me sinto tão vazia que prefiro engolir as palavras.
Eu precisava dizer tantas coisas, tantas coisas que funcionam saindo da minha cabeça, mas no ato se corrompem como tudo que eu tento fazer. Se ao menos as pessoas conseguissem ver coisas que são internamente presas nessa merda desse ser intulado -eu.
A falta de sinceridade me fez chorar ontem e hoje, por que não disse antes? antes de eu perder a noção do tempo e da sanidade perto de ti~? a mania que as pessoas tem de estarem do meu lado em momentos dizendo 'eu estou aqui, você é importante, nao quero te perder' me faz amá-las, mas quando elas podem provar isso, podem estar do meu lado, e tentar entender o que passa, elas somem.
As pessoas sao naturalmene masoquistas, quanto mais sofrem por algo mais querem. Não te quero mais, com suas normas podres de conduta para amar, com essa alma perdida presa em algo que está longe, e cada vez vai te fazer cair ainda mais.
Não quero mais ser uma viviane parecida com aquela de 15 anos e cair por sua queda.
Do fundo do meu coração segundo amor, seja feliz, mas faça isso, longe de mim, mas perto, perto de algo que possa te fazer bem.
"Não vale a pena viver sonhando, e se esquecer de viver."

vamos falar de sentimentos. novamente. (drama em primeira pessoa)

(tentando não fazer uma critica grosseira)

'o amor da tua vida tem outro amor da vida dela, esse outro que desistiu desse seu amor segundo e foi ser feliz em outro país. O que te prende a esse amor, não merece ser feliz?'

Quantos amores são o que são pra vida toda? eu diria que as pessoas ao longo da vida possuem diversos amores, de diversas caracteristicas psicologicas. Essas memórias vão sendo armazenadas na nossa mente e logo são lembradas de maneira nostalgica, sim, porém não dolorosa.
Eu, ao longo desses meus 18 anos, posso dizer que tive dois "amores" da minha vida, só duas pessoas que eu tive o maior e terrivel medo de dizer 'eu te amo', mas disse, e quando disse, no momento foi com todo sentimento que eu poderia ter. Eu, logo eu.

O primeiro deles, dos meus 13/14 aos 17 eu poderia jurar que era pra sempre, que pra mim eram o unico olhar que me acalmava, o unico abraço que me fazia bem, dizia que nunca iria sentir nada por alguém da mesma maneira que senti. Nao posso contar o tanto de coisas que escrevi aqui que hoje apaguei. De certa forma durou, estou aqui, nem um pouco afetada sobre, mas tenho plena consciencia que foi necessario.

O segundo deles, foi algo que me ajudou a sair do gigantesco buraco que eu estava, foi, eu tinha medo, e tentava me afastar, e deveria ter feito isso, pensando por hoje. Com um final que chega perto ao anterior, decepcionante. Nada é mais doloroso do que considerar alguém um amor por tanto tempo até descobrir que todo tempo envolvido, esse seu amor, tinha outro amor.

Bom, estou devastada, agora. Mas se existe uma coisa que eu aprendi em querer dizer eu te amo pra -duas- pessoas diferentes, é que é uma estupidez acreditar em amores unicos. "Não vale a pena viver sonhando, e se esquecer de viver." se amei nao tenho a mínima ideia, só sei que quis dizer eu te amo mais do que uma vez. Foi bom, não quero ter que lidar com a fase dos 14 anos em que você acha que existe uma pessoa no mundo e ela está destinada a estar contigo. É um alivio, notar em você algo que eu deploro. O que mais me aliviou foi perceber que não, a vida não é assim, existem centenas de pessoas no mundo que você poderia amar, só cabe a nós conhecer elas.

espero o terceiro e o quarto e o quinto amor. que venham.

imbecilidade-minha

(apaguei por força maior de evitar criticas dolorosas)